Texto | Ecologia do Conhecimento e Convergência Digital

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Sérgio Bicudo

A presente Tese investiga de que forma os avanços nas tecnologias de informação e comunicação requalificaram a produção de conhecimento em escala planetária. Observou-se, no processo de pesquisa, que o desenvolvimento puramente tecnicista fora de uma perspectiva humanística vem determinando um quadro crescente de exploração predatória, poluição, aquecimento global, desigualdade social, enfim, de uma gama de processos destrutivos desencadeados por uma visão fragmentada da existência humana.

Procuramos balizar a pesquisa inserindo as noções de “sustentabilidade” de Fritjof Capra e “complexidade” de Edgar Morin, problematizadas dentro de uma perspectiva “ecológica” aplicada aos novos “ambientes midiáticos”.

As principais especificidades dos meios digitais foram sistematizadas e, a partir das referências de “mídia expandida”, de Arlindo Machado e “interface”, de Steven Johnson, observa-se que as linguagens midiáticas se re-significam mediante o processo de convergência digital, constituindo uma nova matriz de formas e funcionalidades.

No diálogo com os pressupostos de “emergência”, de Steven Johnson e “inteligência coletiva”, de Pierre Levy, são observadas profundas alterações no cenário cultural.

Nesse novo macroambiente, pudemos contextualizar a produção de conhecimento, avaliando-se sistemas de gestão de inteligência coletiva e verificando-se a aplicação dos conceitos observados no âmbito do uso social para as redes sociais.

É clara a definição de que os novos formatos híbridos, como a Televisão Digital, a Web e os Dispositivos Móveis, combinam linguagens visuais, sonoras e verbais, assumindo novos papéis com o incremento substantivo dos recursos de programação, processamento de dados e redes sociais. As mídias, portanto, passam a ser, além de elemento de representação simbólica, um novo espaço de vivência humana, integrado ao mundo físico e, como tal, carente de um modelo sustentável.